segunda-feira, 28 de julho de 2008

História geral... Território, nação, Estado, Território em disputa

História geral

Nível fundamental

Território, nação, Estado

Introdução
As formações e transformações territoriais de diferentes países são, por vezes, temas complexos para os alunos do ensino fundamental. Seu tratamento é relevante para os alunos perceberem as relações entre o que se estuda nas disciplinas de geografia e história. Além disso, é fundamental reconhecerem que as alterações de fronteiras têm diferentes razões e que elas não aconteceram somente no passado. Ocorrem também na atualidade.

Para tratar da questão, é fundamental a turma conhecer os conceitos de Estado, nação e território e observar suas relações em diferentes sociedade e tempos históricos. Fazer esse trabalho conceitual de maneira lúdica, com o auxílio do grupo, garante maior envolvimento por parte dos alunos.

Objetivos
1. Identificar e diferenciar os conceitos de Estado, nação e território.

2. Relacionar os conceitos na análise de diferentes realidades históricas.

3. Análise de documentos: notícias e/ou reportagens.

Estratégias
1. Inicie a aula com o conceito "território" porque ele provavelmente será a considerado mais simples pelos alunos. Pergunte o que é um território, escreva na lousa as informações fornecidas por eles e as discuta, escolhendo as que devem ser mantidas e as que devem ser retiradas do registro.

2. Faça um desenho na lousa que represente um território (imaginário) e crie situações-problema para a definição/divisão desse território. Nelas, os agentes históricos devem ser os próprios alunos, divididos em grupos distintos, com opiniões, costumes, línguas diferentes. Leve os alunos à conclusão de que os territórios são criações históricas que refletem os interesses dos sujeitos históricos, daí sua reconstrução quando estes interesses se transformam.

3. Retome o exemplo construído e explique no que consiste uma nação, dê exemplos da realidade brasileira sobre a existência de várias nações em um mesmo território. As nações indígenas são exemplos simples e práticos, falar da formação do povo brasileiro com as diferentes nações africanas, indígenas e européias é também esclarecedor.

4. Por fim use o exemplo inicial para o entendimento do conceito de Estado. Peça para que cada grupo definido (no exemplo) diga qual a melhor maneira de organizar as relações entre governantes e governados, o que faria de um deles governante, etc. Assim vocês poderão problematizar a existência de diferentes organizações estatais.

Atividades
1. Pergunte aos alunos como é organizado o poder, a política no Brasil, ou seja, quem são os responsáveis pelo Estado.

2. Parta das informações dadas pela turma e explique a divisão dos poderes no Brasil. É importante que todos saibam quando surge a teoria dos três poderes e em que situação ela foi elaborada por Montesquieu, assim o estudo de outros momentos e realidades históricas justifica suas relações com suas vidas cotidianas.

3. Para finalizar, leve para turma uma reportagem ou notícia sobre diferentes conflitos por territórios desencadeados pela existência de diferentes nações e pela crença em distintas formas de organização do Estado. A declaração da independência de Kosovo pode ser tematizada ou ainda os conflitos no Quênia pela liderança governamental.

Sugestões
1) Leitura do texto Poderes do Estado, no site Educação, do UOL.

2) Converse com o professor de geografia e veja em que medida vocês podem atuar conjuntamente.

3) Caso tenha sido efetuada a leitura da obra literária "A Revolução dos Bichos", de George Orwell, é possível retomar algumas informações sobre o enredo e analisar com os alunos a construção da idéia de nação (os símbolos construídos), a legitimação do poder dos governantes, ou seja a organização estatal (discurso dos porcos legitimando suas posições e privilégios), etc.





Território em disputa: passado e presente

Introdução
Trazer à tona questões que dizem respeito ao Oriente Médio, sobretudo aos israelenses e palestinos, é promover a confrontação de diferentes pontos de vista e das justificativas apontadas pelos dois povos. Atualmente, as informações veiculadas nos noticiários, referentes à hostilidade na região, são notas curtas e breves. Por causa dessa rapidez, é comum tratarmos o assunto com certa superficialidade. Cabe ao historiador, juntamente com seus alunos, buscar respostas no passado para entender os conflitos do presente.

Objetivos
1) Incentivar a familiarização com fontes cartográficas, interpretando as informações, localizando e identificando as regiões de conflito e os territórios disputados;

2) Aprimorar a habilidade de interpretar gêneros textuais distintos;

3) Discutir o contexto da consolidação do Estado de Israel em território já ocupado pelos palestinos;

4) Desenvolver postura crítica e consciente com relação ao conflito árabe-israelense.

Ponto de partida
Ler os textos Israel: entender questão do Oriente Médio exige conhecer história dos judeus e Oriente Médio/Conflito árabe-israelense: a origem dos problemas entre os povos é milenar.

Estratégias
1) Solicite aos alunos que separem notícias recentes de jornais e revistas sobre a situação entre palestinos e israelenses. Peça a eles que colem cada uma das notícias em papel sulfite, separadamente, e extraiam informações do texto. Ensine-os a organizar um registro, destacando: nome do jornal ou da revista, data de publicação, período histórico abordado e assunto discutido.

Ao selecionar as notícias, solicite aos alunos que prestem atenção naquelas que contenham informações sobre as origens históricas do conflito. A notícia é um tipo de gênero textual que trabalha com questões do presente, muitas vezes sem estabelecer elos com o passado. É provável que os alunos não encontrem textos que tragam as duas noções de tempo histórico: presente e passado. Caso a pesquisa de algum aluno encontre notícias que contenham essas noções, peça que ele apresente para a sala de aula.

Uma das intenções desse exercício é fazer com que o aluno perceba que cada gênero textual tem suas marcas. As notícias de jornal, por exemplo, trabalham principalmente com a contemporaneidade dos fatos.

2) O passo seguinte é mostrar outro tipo de gênero textual para os alunos. Apresente os textos "Israel: entender questão do Oriente Médio exige conhecer história dos judeus" e "Oriente Médio/Conflito árabe-israelense: a origem dos problemas entre os povos é milenar". O professor deverá realizar a leitura destes textos em voz alta, esclarecendo as dúvidas que surgirem durante a leitura. É interessante, também, que o professor interrompa a leitura de vez em quando para fazer apontamentos mais específicos. Pode destacar, por exemplo, a questão da existência de duas religiões distintas - Judaísmo e Islamismo - e como elas são usadas para justificar ações políticas e militares.

3) O terceiro passo para o entendimento do assunto é trabalhar interdisciplinarmente com a Geografia. Lembre-os de que a luta entre israelenses e países membros da Liga Árabe começou após 1948, e mostre mapas antigos e novos da região dos conflitos; seu uso é imprescindível. Eles servirão para situar as regiões conflituosas, e também para mostrar que o traçado das fronteiras é passível de mudanças: pode variar de acordo com o processo de ocupação ou de organização em dado momento histórico.

É importante levar para a sala de aula mapas de diferentes épocas (quando houver possibilidade) que representem os lugares que estão sendo estudados. Assim, os alunos não dissociam tempo e espaço.

4) Percorridas as etapas anteriores, proponha que a classe seja divida em dois grupos, representando palestinos e israelenses. Cada grupo deverá expor, em voz alta, as razões pelas quais consideram que o território em disputa seja seu. A exposição deve abordar o contexto histórico que permeou o início dos conflitos, bem como apresentar soluções para um acordo de paz. Os alunos devem demonstrar que, sem uso da violência, é possível resolver essa problemática milenar.

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