História do Brasil
Nível fundamental
Sete de Setembro
Objetivos
1) Reconhecer as concepções dos alunos sobre liberdade. Debatê-las para que eles se reconheçam como sujeitos de suas vidas e para que percebam as interferências deles na sociedade.
2) Perceber as forças em jogo no processo de independência nacional - as influências inglesas, a resistência portuguesa etc.
3) Reconhecer o significado das comemorações de datas como a independência para o presente, ou seja, estabelecer relações entre história e memória.
4) Refletir sobre os beneficiados pelo processo de independência e sobre aqueles que não tiveram as condições de vida alteradas substancialmente.
Comentário introdutório
Qualquer tema histórico, ao ser debatido para a construção de um posicionamento crítico, deve mostrar a relação com a vida cotidiana do grupo de alunos. Assim, o conhecimento da relação presente-passado-presente será elemento importante para a compreensão do mundo.
Diante disso, é fundamental que o processo brasileiro de independência seja analisado com olhares sobre as disputas entre os diversos sujeitos históricos que nele estiveram envolvidos, direta ou indiretamente. Na atualidade, o estudo da história não valoriza apenas os chamados "grandes nomes", mas todos os embates de forças do contexto histórico.
Refletir com os alunos sobre a comemoração da independência brasileira é essencial. Deve-se pensar sobre qual memória foi preferida, ou seja, o que foi escolhido para se lembrar e para se esquecer. Qual a relevância disso para a manutenção do sentimento de unidade entre a população brasileira?
Estratégias
1) Antes de iniciar os estudos sobre a independência nacional, é importante reconhecer as idéias dos alunos sobre independência , para que se possa orientar a aula de modo a responder às expectativas do grupo. Pode-se criar uma tempestade de idéias com o conceito de independência, em que a turma colocará todas as idéias que tiverem sobre o tema. Uma boa idéia é escrever o conceito na lousa, puxar setinhas e pedir que os alunos coloquem o que entendem por independência;
2) A partir do reconhecimento das idéias de independência que os alunos têm, apresente os antecedentes da independência do Brasil e a efetivação dela. Procure demonstrar que a história não se constrói por consensos, isto é, assim como eles têm idéias distintas sobre independência, os sujeitos históricos no contexto analisado também tinham interpretações - pautadas em seus interesses - que se distanciavam;
3) Depois dos alunos conhecerem os interesses dos distintos grupos no processo brasileiro de independência, faça uma pequena encenação, na qual cada equipe deve defender as idéias de um dos interessados em fazer ou não fazer a independência brasileira. Por exemplo:
a) antigos funcionários da Coroa Portuguesa (contrários à independência porque eram beneficiados com o sistema colonial);
b) a Inglaterra, que, devido à industrialização crescente, buscava novos mercados consumidores;
c) a aristocracia rural, que não desejava perder seus benefícios.
Atividades
1) Depois de utilizar estratégias que levem os alunos a reconhecer os diversos posicionamentos dos sujeitos históricos, é hora de fazer a relação com o presente. Em grupos, os alunos devem descrever as imagens mais freqüentemente recuperadas na atualidade para lembrar a independência brasileira. Eles devem perguntar-se por que tais lembranças são recuperadas e outros fatos deixados no esquecimento, como, por exemplo, os verdadeiros beneficiados pelo ocorrido.
2) Faça com os alunos um debate sobre essas razões e aprofunde as colocações deles com os debates desenvolvidos pela historiografia sobre os limites entre história e memória. Isso deve ser norteado pelo estágio em que os alunos estiverem em relação aos conceitos da disciplina. Ou seja, deve ser respeitado o "ritmo" dos alunos.
3) Peça aos grupos que façam uma notícia de jornal - para o presente. Nela, eles devem colocar o que precisa ser lembrado, segundo cada grupo, ao se fazer referência à independência na atualidade.
4) Por fim, os grupos devem apresentar as notícias para a turma e explicar por que se deveria pensar a independência dessa maneira, lembrando a quem a independência beneficiou.
Leia e ouça
Hino da Independência do Brasil
História do Brasil
Exploração e desvalorização do trabalho manual
Introdução
Fazer com que os alunos do ensino fundamental percebam as relações entre presente e passado no estudo de história faz com que os conteúdos abordados se tornem mais significativos e assimiláveis. Assim, os conhecimentos adquiridos na análise desse componente curricular serão úteis cotidianamente.
Partir de temas atuais faz com que tal percepção colabore para a formação de cidadãos ativos e críticos.
Objetivos
1) Percepção das permanências da mentalidade de uma sociedade que conviveu com a escravidão por mais de três séculos (mentalidade escravista).
2) Desenvolver e analisar os dados de uma pesquisa.
3) Envolver as famílias nas atividades escolares.
4) Análise de documento: legislação trabalhista brasileira.
Estratégias
1) Pegue imagens de diferentes profissões (com tamanho que possibilite serem observadas por todos os presentes) e peça que os alunos digam quais delas são mais valorizadas pela sociedade brasileira, ou melhor, que têm melhor remuneração e que são mais respeitadas e desejadas quando alguém procura uma profissão. De acordo com a diferenciação efetuada pelos alunos, separe as imagens em dois grupos (ou colunas) distintos na lousa.
Observação: As respostas dos alunos não devem ainda estar pautadas em seus julgamentos pessoais e sim na análise das profissões que a maioria da população brasileira "mais valoriza" e "menos valoriza". Deixe isto bastante claro, para que as discussões não sejam o foco do trabalho neste momento inicial.
2) Depois de a turma ter separado as atividades mais valorizadas e menos valorizadas na atualidade, questione: O que diferencia os dois grupos formados? Algum destes trabalhos pode ser descartado sem que a sociedade perca?
3) Depois de perceber o que os alunos sabem sobre o assunto, escreva, como título de cada um dos grupos de profissões, "trabalho manual" e "trabalho intelectual", respectivamente. Então discuta se essas nomenclaturas são eficazes para nomear as atividades profissionais em análise. Pergunte, por exemplo, se em ambos os casos não são utilizadas tanto as habilidades manuais como as intelectuais e analise cada uma delas, apresentando exemplos para que sua explicação fique mais clara.
4) Explique aos alunos que no passado brasileiro quem desempenhava as atividades hoje "menos valorizadas" eram os escravos e que desempenhá-las era algo vergonhoso para os senhores (brancos).
5) Use reportagens sobre as condições de trabalho dos cortadores de cana no Brasil para debater com a turma a desvalorização de profissões como essa. Aproveite para discutir também a ausência de políticas públicas eficazes para acompanhar o desenvolvimento de certas atividades profissionais que ainda hoje são alvo de grande exploração.
Atividades
1) Peça a seus alunos que utilizem imagens de trabalhos considerados "manuais" e "intelectuais", que mostrem aos seus familiares e efetuem uma pequena entrevista, registrando os dados obtidos:
a. Qual dessas profissões é mais valorizada na sociedade brasileira?
b. Qual dessas profissões você gostaria que eu desempenhasse quando adulto? Por quê?
2) Peça que tragam os resultados para a sala de aula e façam coletivamente uma tabulação para perceber se o pré-conceito em relação a algumas profissões é verdadeiro no cotidiano brasileiro. Então façam as análises dos resultados, retomando os debates feitos anteriormente em sala de aula.
3) Para finalizar o trabalho, traga para o grupo as datas das leis que regulamentam o trabalho no Brasil, por exemplo, a lei de férias e o 13o salário. Traga também as datas das leis que garantem os mesmos direitos aos empregados domésticos. Faça uma análise para que os alunos percebam a distinção com que os ditos trabalhos manuais foram tratados no país e como a própria legislação brasileira manteve por muito tempo a desvalorização dessas atividades profissionais.
Sugestões
Na atividade com as famílias é importante que todos os alunos trabalhem com as mesmas imagens, para que os resultados da entrevista e tabulação possam refletir melhor a visão de parte da sociedade brasileira. Eles precisam entender por que efetuam as entrevistas usando as mesmas profissões (imagens), desse modo também serão desenvolvidos conhecimentos sobre procedimentos importantes para a realização de entrevistas e pesquisas.
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